Inspirada na sonoridade das formações power trio Luama concebe O Bárbaro como um álbum para fazer as pessoas despertarem para a música e a poesia verdadeiras.
Produzido por Walter Antunes, todas as músicas deste álbum são de Luama, que canta e toca violão. Há poesias de Blake, Rimbaud, Castro Alves, Cruz e Sousa, Emerson. Ronaldo Gama toca baixo, Rodney Nascimento, bateria e Felippe Pipeta, trompete.
Música para despertar
“Quando comecei a separar o repertório entre as minhas músicas para um novo álbum, meu primeiro desejo era gravar canções alegres. Mas num momento seguinte senti a necessidade de dialogar com a época que estamos vivendo politicamente, espiritualmente e socialmente no mundo e no Brasil, com esse tempo de fragmentação caótica. Essas músicas são um alerta para acordarmos para a importância real e histórica da música e da poesia no mundo. Por isso o Rimbaud, o Cruz e Sousa, o William Blake”.
A formação musical
“O álbum anterior, ao vivo, foi fruto de um longo processo de lapidação dos meus sambas, a banda era grande, eu e mais sete pessoas. Nesse novo trabalho optei por um acompanhamento de formato trio: baixo, bateria e trompete. Isso por dois motivos: essa formação destaca o virtuosismo dos músicos e realça o conceito poético do álbum”.
A gravação
“A sonoridade foi desenvolvida em conjunto por Luama Cósmico Trio, com direção de Walter Antunes. Optamos por um processo de gravação pouco usual. Utilizamos salas grandes gravando todos os instrumentos e a voz ao mesmo tempo, o que faz a música soar dinâmica e viva. Isso é diferente do que normalmente acontece hoje em dia, em que se grava música aos pedaços, resultando num som mais engessado. O jeito que nós fizemos é a maneira que grandes artistas, como Bob Dylan, Jimi Hendrix, Tim Maia, Jorge Benjor, gravavam há algumas décadas”.
A poesia
“Os poemas que integram O Bárbaro fazem a ligação entre realidade, consciência crítica e dimensão artística na existência. Nos poemas “Introduction of Songs of Experience" e “O Assinalado”, Blake e Cruz e Sousa falam do próprio poeta como o ser que faz a ponte entre o mundo material e o mundo espiritual através da palavra, da arte. Em “Barbare”, Rimbaud faz crítica à hipocrisia de uma sociedade que mascara a violência com as capas da civilização e cultura. O poema de Castro Alves, “O Baile na Flor”, nos transporta para perto da natureza como portadora daquela alegria e beleza frescas, das quais já quase nos esquecemos. Walter Antunes, em "À Alma”, reivindica o sentimento do sagrado como parte da vida para nossa alma de hoje. “Give All To Love”, de Emerson, lembra a força do amor como a nossa principal fonte de energia espiritual. A música instrumental “Dança n 2" é uma celebração à alegria do movimento do corpo e da vida”.
Capítulo I
“O Bárbaro é o primeiro capítulo de uma série musical de três partes. Este é o momento especial do Capítulo I".